quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Meu parceiro Agenor

O sonho dessa noite foi com esse cara, o Agenor de Miranda Araújo Neto, popularmente conhecido como Cazuza.
Totalmente anos 80, com direito as moçoilas com grandes cabeleiras armadas e calças tipo bag na altura do umbigo.

Estava em um bar, que eu acredito que seja no Rio de Janeiro. Tinha o visual do bar onde o João Estrela, do filme “Meu nome não é Johnny”, fazia os “tiricoteco” dele com a rapaziada e também do bar que aparece no filme do próprio Cazuza. Rostos e roupas totalmente anos 80 entre os presentes.
Numa mesa eu tava sentando, sozinho, tomando meu enésimo chopp e escrevendo umas coisas num guardanapo de papel.
Adentra no recinto o Cazuza, junto com a Bebel Gilberto, o Dé do Barão Vermelho e mais umas pintas que eu acho que não conheço.
Não tem mesa pra eles sentarem e o Cazuza chega pra mim e pergunta se eles podem sentar comigo.
Respondo que sim e ganho de brinde um chopp por conta dele.
Ele me pergunta o que estou escrevendo e digo que são coisas da minha cabeça, poesia, enfim...
“Deixa eu ver” diz ele.
Eu mostro as frases aí de baixo:

Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo
Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras

Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo

Ele começa a rir enquanto as lê... Seus olhos brilham, ele fica eufórico.
Me olha no rosto e diz: “Cara, isso é o que tá faltando pra eu encaixar numa música que eu estou escrevendo! “Medieval II” é o nome dela. Posso usar? Te dou crédito na letra e direitos autorais, etc...”.
Eu respondo: “Porra, Cazuza! Que do caralho isso, cara!!! É claro que eu deixo!!!”
Cazuza se levanta adrenalizado, e me apresenta pro bar inteiro como um grande poeta da nova geração. Recebo aplausos e assovios demorados da galera.
Meu parceiro Agenor, quando os aplausos cessam, ordena uma rodada de chopp por conta dele pro bar inteiro em minha homenagem.
Na hora que dou o primeiro gole no meu, acordei.

Tinha escutado essa música no walkman ontem e fiquei com essa parte na cabeça... Nada é por acaso.
Mas vai ter imaginação fértil pra uma história assim lá na casa do caralho.

Otto – ao som do parceiro Agenor – “Blues da Piedade”

Um comentário:

Unknown disse...

Otto... deixa eu te falar: cresci nos anos 80.... (Pronto, falei!!) e posso te dizer, com certeza, que calça bag, camisetão da Minnie e tênis Reebok botinha com meia fofona de ginástica era o que havia de menos absurdo. Não se fala em cabelo de Xitãozinho, nem em músicas do Roxette (que eu ainda falo "BAAAAAAAAH" quando toca na 98,3FM...), mas posso afirmar que foram os piores 10 anos da vida das pessoas.
NINGUEM gosta de mostrar álbum dos anos 80.
NINGUEM gosta de se ver em álbum dos anos 80...
Mas os brinquedos era demais! xD

Enfim... os anos 90 acabaram sendo a retomada de fôlego em termos de moda, as formas das cortinas mudaram do marrom e laranja pro tom pastel e muita coisa melhorou. Tenho provas disso nos meus álbuns :P

Beijos pra ti, cherrie ;D

D.Z.
ps: Ah, Cazuza ^^