terça-feira, 11 de março de 2008

¿Como te puedo hacer entender?

Será que as pessoas acreditam mesmo que ao dar um moeda ou uma nota pra uma criança que faz malabarismos nos semáforos, elas estão realmente ajudando e fazendo o melhor por ela?

Eu, acho que não.

Aí eu trato de explicar porque: porque não é de dinheiro que ela precisa. Ela precisa de educação, saúde, alimentação e carinho e não é dessa forma, ganhando dinheiro de uma maneira humilhante, que a carência do que ela precisa será suprida.
Mas aí devem me perguntar: “Tá, tu não dá dinheiro?”. Eu respondo que sim, eu não dou dinheiro. “Tá, se eu dou, o problema é meu” já ouvi dizerem, e inclusive já quase me envolvi numa briga num semáforo por falar um pouco mais alto minha opinião sobre isso. Eu digo que sim, o problema é seu e o dinheiro é seu, mas acho que a burrice e estupidez também. Porque na real, eu acho que isso é uma forma de “aliviar” a culpa por não fazer nada de EFETIVO pelos outros, pensando sempre somente em si. Faço uma analogia ao cara que sempre fode os outros, dia após dia, mas que vai na missa todo o domingo e reza, e sai de lá se achando “perdoado” pelo Todo Poderoso. Puta que pariu, quanta hipocrisia...

Para aqueles que pensam um pouco “fora da casinha” e se sentem desconfortáveis ao ver a situação dessa criançada nas ruas, vai o meu conselho: procurem a SUA melhor forma de ajudá-las. E como? Vou dar a dica do que eu faço.
Eu NUNCA dou dinheiro pra ninguém na rua, porque eu acho que isso colabora pra que essas pessoas se acostumem com isso, a ponto de achar que tu tens o DEVER de dar dinheiro pra elas.
Eu dou comida pra essas pessoas. Eu já levei criança comigo até a porta da padaria e comprei um um sanduba e um todinho pra ela, e um litro de leite e uns cacetinhos pra ela levar pra casa. E principalmente, eu aconselhei essa criança. Eu disse que o que ela deveria estar fazendo era estar na escola, e não se humilhando na rua. E essa criança me deu o sorriso mais agradecido que eu podia receber de alguém
Eu já entrei no supermercado e comprei leite e um pacote de bolacha e dei pra um cara que me pediu um trocado. A cara que ele me fez quando entreguei pra ele foi de desprezo. Mas FODA-SE ele. Se não quiser, que bote fora. Mas dinheiro meu ele não ganha. Não entro em detalhes sobre o que essas pessoas normalmente fazem com o dinheiro vivo que damos pra elas. Pra isso, temos imaginação e conhecimento pra tentar descobrir.
Eu sempre procuro me envolver com ações de cidadania na empresa em que trabalho. Seja doando dinheiro para a compra de alimentos, de brinquedos ou roupas. Quando posso, eu doo o meu tempo para ajudar essas pessoas. E digo que
meu bem estar ao fazer isso, me leva a querer sempre fazer mais.

E isso tudo é muito simples, mas depende de atitutes. E aí eu volto pro inicio do post: de ajuda, se doe numa atividade, mas de uma forma mais efetiva e consciente das necessidades das pessoas. Muitas vezes um conselho bem dado, pode valer mais que uma nota de 50 pila.

Pra finalizer, eu lembro: essa é minha humilde opinião sobre possíveis soluções à um problema muito maior do que imaginamos que ele seja. Mas acho que se cada um de nós fizer um pouquinho, a coisa melhora... E com certeza tu te sentirás melhor em saber que realmente estás ajudando de uma maneira mais efetiva.

Otto – tocando o dedo na ferida ao som de Bob Marley – “Them Belly Full”

3 comentários:

pablodelarocha disse...

concordo contigo cara. Também acho uma merda a situação, e pior ainda é ouvir ladainhas do tipo "sou soropositivo" como desculpa...

mas tenho q admitir que as vezes sou pego de surpresa com alguma cena lastimável da miséria e esvazio minha niqueleira... e geralmente me sinto mal com isso.

mas na minha forma capenga de pensar, antes dar uns trocos pra esses coitados do que dar pros paspalhos que sofreram trote e ganham no mínimo 10 reais num dia pedindo na rua pra pagar festinha pros veteranos...

Otto disse...

Pior...
Eu recebi um monte de pedidos dos bixos aqui na PUC nesse início de semestre...Nunca dei e nem vou dar nada.

Só que igual, eu gosto de tirar sarro, né? Semana passada aqui na PUC veio dois guris pedir um grana e eu larguei: "Pô cara, se eu fosse dar algo, eu daria pra uma das tuas colegas e não pra ti". E o outro que tava com ele disse: "Bah, o magrão tá certo... Eu faria isso se fosse ele"

HEUAHUEHAUHEUAHUEHUAHUEHAUHEU

Drika Bruzza disse...

É, meu filho... "Nada é justo na rua", diria um rengo sentado.
Tive essa discussão esses dias com o Alex, sabe... sobre as pessoas que moram na rua (!!!) e passam o dia pedindo dinheiro pra beber ou fumar crack, ou sei lá o que, o que seja. Ele sustentou que o cara devia ir pra um abrigo, tomar um banho, e no dia seguinte pedir um emprego. Louvável, e bem provavelmente improvável. Pra mim, isso acontece porque quanto mais tempo eles passarem sem se dar conta da vida que levam, muitas vezes (cada caso é um caso, claro) abandonados pela família ou com problemas mentais, melhor. Ninguém, nessa situação, quer realidade MAIS dura. Mas isso é discussão pra muito tempo ainda... :P Tenho a teoria sobre as crianças... x) Um dia discutimos.
Sobre dar dinheiro pra gurizada de faculdade, nunca dei, e nunca pedi. Me "nêgo", afinal, ainda se fosse necessário, pediria pra pagar uma ceva bem gelada no fim da aula, e não festa pra marmanjo :P

Hihi x)